A Secretaria Municipal de Saúde de São Cristóvão (SMS) está sempre vigilante sobre a prevenção e combate a doenças para proteger a população do município. Em virtude disso, a coordenação de Imunização, juntamente com a equipe da UBS Raimundo Aragão, promoveu uma ação de imunização contra meningite na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Araceles Rodrigues Correa. A iniciativa foi proposta para alunos dos turnos da manhã e da tarde e também contou com uma palestra informativa para integrá-los na defesa da doença.
A meningite é caracterizada pela inflamação das meninges, membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por diversos fatores, transmissíveis ou não, e as principais causas são infecção por vírus ou bactérias, mas também pode ser desenvolvida por fungos e parasitas. No inverno, é mais comum a ocorrência das meningites bacterianas, e, por isso, é um período propício para reforçar os cuidados e falar de prevenção.
Segundo Ana Therezinha Marques, coordenadora de Imunização do município, a maior maneira de prevenir a população contra meningite é através da vacinação. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece dois tipos de vacinas: a Vacina Meningocócica C (Conjugada), para ser administrada em três doses aos 3, 5 e 12 meses de idade, e a Vacina Meningocócica conjugada quadrivalente (ACWY), que é dada em dose única para adolescentes de 11 a 14 anos. Esse público é definido pela vulnerabilidade relacionada à doença, que os acomete com mais intensidade e mais frequência.
“Os responsáveis por crianças de três meses, cinco meses e 1 ano de idade, devem conferir se elas já estão vacinadas contra meningite ou levar até uma unidade de saúde para que possamos conferir. Adolescentes de 11 a 14 anos podem receber a vacina ACWY. Temos uma estimativa de 5.700 adolescentes nessa faixa etária no município, mas neste ano apenas 1400 compareceram à unidade de saúde para se proteger. Por isso, reforçamos aos adolescentes que compareçam às unidades de saúde com um responsável, e trouxemos hoje essa ação para fortalecer a proteção junto às escolas”, afirma a coordenadora.
Durante a palestra, Ana Therezinha explicou aos estudantes de 6º a 9º os tipos de contração da doença, os tipos de vacina e a importância de levar essas informações para casa e compartilhar com suas famílias, para que os imunizantes sejam cada vez mais procurados. O professor de ciências da escola, Manoel Almeida, é especialista em microbiologia e também alertou sobre cuidados e precauções essenciais.
“A meningite não é uma coisa que apareça constantemente a população, mas ela tem a questão da virulência. Temos uma cobertura vacinal que age contra a doença e dentro de casa também podemos evitar a formação disso, evitando a aglomeração de pessoas em confinamento, mantendo os espaços ventilados e sempre abrindo janela e permitindo a entrada da luz do sol, que é uma ótima forma de fazer a assepsia no ambiente”, explica o professor.
Cerca de 470 estudantes assistiram à discussão informativa sobre os cuidados contra a meningite, e, após a palestra, todos aqueles dentro da faixa etária prevista tiveram seus cartões de vacinação avaliados para fazer a atualização da vacina caso fosse necessária. Além da Vacina Meningocócica conjugada quadrivalente (ACWY), foram aplicadas doses de vacina contra o vírus da HPV, que é destinada para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.
O diretor da EMEF Araceles Rodrigues Correa, Antônio da Paixão, demonstrou gratidão ao reforçar a importância de unir forças com a Secretaria de Saúde para atender a necessidade de conhecimento da comunidade escolar: “Nesse momento, a escola sorri junto com a sua comunidade. Esse ato é um dos mais benéficos para a comunidade estudantil, porque essa classe está sempre aglomerada no cotidiano. As informações contra a meningite são de suma importância, porque incentiva as nossas crianças e adolescentes a terem um maior cuidado com a sua vida”.
Para a estudante Letícia Oliveira, é fundamental estar protegida contra as doenças, especialmente com a gravidade que a meningite pode alcançar. Ela enfatiza o bem estar em estar imunizada, destacando os aprendizados do dia: “Hoje aprendi que a meningite pode ser contraída através das bactérias e nós devemos nos prevenir dela tomando a vacina que acabei de tomar”.
O estudante Yago Matias também enfatizou a importância da vacina e da conscientização sobre a doença, que ele vai compartilhar com os familiares ao chegar em casa para que todos ao seu entorno permaneçam protegidos. “Quando chegar em casa, vou abrir a janela do meu quarto e deixar o vento entrar”, relembra.
Atenção aos sintomas
Pacientes com meningite podem apresentar febre, dor de cabeça, náusea, vômito, falta de apetite, irritabilidade, sonolência ou dificuldade para acordar do sono, letargia, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz), e rigidez de nuca. Este último sintoma é o que mais chama a atenção, pois, caso o indivíduo não consiga abaixar a cabeça, é um sinal de alerta.
A transmissão da doença é realizada, principalmente, de pessoa para pessoa, por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. É possível que ocorra, ainda, por ingestão de água e alimentos contaminados, e por contato com fezes contaminadas.
Caso o usuário apresente um ou mais sintomas, é imprescindível se encaminhar à Unidade Básica de Saúde (UBS) ou hospital mais próximo, para que o tratamento seja iniciado com agilidade. E, para ser imunizado, o indivíduo pode encontrar as vacinas indicadas nas UBS, onde pode se encaminhar com seu cartão de vacinação para ser avaliado por um profissional de saúde.