A criação do Núcleo de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (NAGV) oportunizou a concentração, celeridade e assertividade nos atendimentos às vítimas de violência que fazem parte dos grupos vulneráveis em São Cristóvão. A iniciativa, que iniciou seu funcionamento em abril deste ano, é vinculada à diretoria de Direitos Humanos da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) e funciona no prédio da Delegacia de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (DAGV), localizada na 6ª Delegacia Metropolitana, no bairro Eduardo Gomes.
O NAGV tem como principal objetivo oferecer acolhimento humanizado aos grupos vulneráveis que tiveram seus direitos violados, bem como realizar os devidos encaminhamentos para os outros serviços ofertados no município de maneira a contribuir com o enfrentamento de todas as formas de violência e a diminuição dos seus impactos. Por meio do Núcleo, todas as mulheres, crianças, adolescentes, idosos, população LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência e outros grupos vulneráveis que fizeram denúncias tanto na 6ª Delegacia Metropolitana quanto no DAGV de Aracaju, de crimes que aconteceram em todo território sancristovense, são atendidas.
A secretária de Assistência Social de São Cristóvão, Lucianne Rocha, destaca que a implementação do Núcleo surge como mais uma estratégia de enfrentamento às situações de violência, principalmente contra as mulheres e os outros grupos vulneráveis em São Cristóvão.
“A Delegacia de Grupos Vulneráveis foi instalada no município a partir de uma parceria com a prefeitura de São Cristóvão, bem como a instalação do Núcleo é uma parceria da prefeitura com a Segurança Pública. A ideia é que a gente possa, já no momento de identificação da violência, acolher a pessoa em situação de violência, por meio de uma equipe multidisciplinar, e, a partir desse acolhimento, garantir não apenas o encaminhamento efetivo para todos os serviços que compõem a rede, mas também o monitoramento do caso”, explica a secretária.
Enquanto diretora de Direitos Humanos da Semas, Gessica Silva evidencia que o NAGV é um importante equipamento que, de forma integrada com os demais serviços de proteção presentes no município, realiza o enfrentamento de todas as formas de violência contra mulheres, crianças, adolescentes, idosos, pessoa com deficiência, população LGBTQIAPN+ e outros grupos. “Sem sombra de dúvidas, sua implementação representa o compromisso da gestão municipal na efetivação dos direitos humanos”, declara a diretora.
Como funciona o Núcleo de Atendimento aos Grupos Vulneráveis
A partir do trabalho da equipe do NAGV, os denunciantes recebem atendimento jurídico, social e psicológico, que proporcionam uma estrutura qualificada para que a vítima não se sinta desassistida após registrar a ocorrência. Embora o núcleo também atenda crianças, idosos e outros vulneráveis, a maioria dos casos envolve mulheres, o que justifica a necessidade de um suporte técnico especializado. Por isso, também foi incluída no NAGV a coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres.
Em todos os casos, a pessoa que teve seus direitos violados é encaminhada ao núcleo de psicologia, que oferece suporte especializado. Ao chegar na delegacia, esses casos não são mais tratados na delegacia central, mas sim por um corpo técnico especializado, que realiza o primeiro atendimento e a coleta do boletim de ocorrência, encaminhando-os obrigatoriamente para o núcleo adequado.
Rosana Costa, coordenadora do Núcleo de Atendimento aos Grupos Vulneráveis, afirma que, diariamente, sua equipe desenvolve um trabalho sigiloso, humanizado e articulado com todos os profissionais da DAGV. “Nosso objetivo é assegurar que, ao ser atendido, o munícipe de São Cristóvão se sinta seguro e tenha suas demandas atendidas, e, após o acolhimento, seja encaminhado para outros serviços da rede de proteção, como o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e Unidades de Saúde, por exemplo”, pontua.
O trabalho da coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres entra no núcleo para garantir suporte técnico, juntamente com advogados e equipe multidisciplinar, para assegurar o encaminhamento correto dos casos para a rede de assistência e saúde. Com o NAGV, esse acesso a outros instrumentos da gestão são facilitados, certificando que as vítimas tenham o suporte necessário.
Thaís Almeida, coordenadora de Políticas Públicas para Mulheres, aponta que o núcleo também oferece atendimento de urgência para que as vítimas de violência não fiquem desamparadas. “Por exemplo, se uma mulher chega com fome, fornecemos cesta básica, fazendo o encaminhamento necessário a programas como o Tá na Mesa, para que ela receba todo o suporte antes de qualquer outro procedimento. Assim, garantimos que as necessidades imediatas sejam atendidas, proporcionando um atendimento mais humano e eficaz”, ressalta.
Após serem acolhidos, os grupos vulneráveis podem manter contato direto com o NAGV, para que os profissionais possam sanar suas dúvidas e demandas, reforçando sua proteção e bem estar. O Núcleo de Atendimento aos Grupos Vulneráveis funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, no seguinte endereço: Rua 15, S/N, Eduardo Gomes, 6ª Delegacia Metropolitana.