Nesta quinta-feira (27), o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) II João Bebe-Água completou 19 anos de atendimento em São Cristóvão, no bairro Rosa Maria. A comemoração reuniu a equipe multidisciplinar da rede de atenção psicossocial da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), usuários e familiares em uma confraternização com temática junina. Durante o evento, todos participaram de uma quadrilha, atividades integrativas e saborearam um buffet com comidas típicas do período.
Atualmente, o CAPS II atende quase 700 usuários da Região da Grande Rosa Elze e tem se tornado cada vez mais importante para a comunidade. Um exemplo é Maria Dortas, usuária do CAPS desde 2018. Para ela, o CAPS foi um ponto de virada em sua vida, oferecendo tratamento e diversas atividades. "Eu estou fazendo tratamento para depressão e ansiedade, e depois de frequentar o CAPS, participando das festas e das oficinas de artesanato, tive uma melhora muito grande. Antes, tinha muita dificuldade em me socializar e aqui, conheci muita gente gente boa, incluindo psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e as meninas das oficinas. Logo, comemorar o aniversário de aniversário é uma satisfação”.
Outro exemplo é Ozailde Silva que é assistida desde 2018. Ela relata que deixou um cenário de prostração para trás, agora tendo uma vida ativa e cheia de atividades com outros usuários. "Antes de frequentar o CAPS, eu me sentia isolada, na cama e sem esperança. Hoje, graças ao apoio e às atividades oferecidas, minha vida mudou completamente. Participo de workshops, faço novas amizades e sinto que tenho um propósito na vida. A gestão está de parabéns por pensar em nossa valorização e bem-estar através deste espaço tão importante para todos nós”, afirmou.
Equipe, cuidados e comemoração
Maria Edna Silva Santos, coordenadora do CAPS II João Bebe-Água, enfatizou a importância de oferecer tratamento humanizado e acolhedor em saúde mental. "Não poderíamos deixar de resgatar nossa cultura, comidas típicas, forró e o CAPS este ano completa 19 anos, fortalecendo cada vez mais o cuidado que tem que ser em liberdade, dando protagonismo aos usuários para que eles sejam cuidados da maneiras que eles desejam ser assistidos", concluiu sua fala fazendo jus ao que consta na Lei nº 10.216, de 2001, que protege os direitos das pessoas com transtornos mentais, promovendo tratamento em liberdade e a redução da cultura manicomial.
A coordenadora lembrou que, em 2018, houve uma reinauguração do CAPS II João Bebe Água, marcando uma transformação significativa no espaço. "O equipamento não é feito apenas pela equipe, mas também por um ambiente adequado que promove a ressocialização dos usuários na comunidade. Este espaço renovado proporciona não apenas tratamento, mas também alegria e bem-estar para todos que o utilizam”, explicou.
João Douglas, psicólogo, destacou a importância das atividades promovidas no CAPS, enfatizando seu impacto terapêutico significativo na integração dos pacientes. "As atividades terapêuticas promovem a participação ativa dos pacientes. Eles colaboram na organização e decoração, brincam juntos, dançam e se sentem parte desses momentos, o que contribui para o desenvolvimento da autonomia. O tratamento não se resume apenas a medicamentos ou terapias ambulatoriais, mas também a essas experiências de interação e participação social, fundamentais para o bem-estar dos usuários”, destacou.