A Prefeitura de São Cristóvão, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho (Semdet), vem promovendo parcerias que unem saberes educativos e empreendedorismo, com o objetivo de fomentar a sustentabilidade e geração de renda em São Cristóvão. Uma dessas iniciativas, em colaboração com a Casa dos Saberes e Fazeres, está sendo o Projeto Biojoias, que transforma materiais descartados pelas marisqueiras em peças artesanais para venda.
O Projeto Biojoias começou em 2023, com visitas ao manguezal realizadas pela equipe da diretoria de Aquicultura. Durante essas visitas, eles puderam vivenciar o cotidiano das marisqueiras e observar o impacto do descarte de conchas de mariscos no local. A partir disso, nasceu a ideia de um trabalho de educação ambiental que pudesse converter esse desperdício em um fonte de renda para as marisqueiras.
“A partir destes aspectos, firmamos uma parceria com a Casa dos Saberes e Fazeres, para o desenvolvimento do Projeto de Biojoias com conchas de mariscos, aqui será possível a confecção de colares, brincos, pulseiras, enfeites para casas, entre outros materiais. Serão desenvolvidas oficinas de artesanato para que essas marisqueiras, com a intenção de minimizar o impacto ambiental e proporcionar renda para essas famílias”, destaca Elaine de Jesus, diretora de Aquicultura.
Para Claudia Oliveira, coordenadora da Casa dos Saberes e Fazeres, o projeto veio para aproveitar o que há de bom em São Cristóvão, e fazer aquilo que era visto como descarte, transformar-se em arte e produtos que são rentáveis. “Com esse projeto, esperamos que as marisqueiras pensem duas vezes antes de jogar fora os mariscos, reconhecendo o valor que eles podem ter e como podem ser transformadas artesanato e materiais que podem ser vendidos. Além disso, temos iniciativas de crochê e confecção de bonecas de pano com o tema das marisqueiras”.
Oficina de artesanato
Nesta terça-feira (11) a responsável pela oficina, a artesã Maria do Carmos Silva, compartilhou com as marisqueiras os processos de confecção, os materiais que elas precisarão ter e como colocar as ideias em prática.
“As marisqueiras estão trazendo materiais que descartam para transformarmos em artesanato, materiais que são vendidos. É uma forma de fazermos arte e preservar a natureza também. Hoje estamos aqui para mostrarmos como esse trabalho pode ser feito, para que elas entendam que existe um processo, e que elas vão começar a aprender também a realizar”, explica Maria do Carmo.
Acrescenta ainda que será uma nova forma das mulheres marisqueiras gerarem renda para suas famílias. “Futuramente, elas começarão a produzir seus próprios materiais com o descarte do seu trabalho diário como marisqueiras, para que consigam obter uma renda extra”.
Maria Cristiane Barreto, marisqueira, se impressiona com os materiais que podem ser feitos com as conchas que ela descartava diariamente no seu trabalho. “Não sabia que esses materiais fazem tantas coisas bonitas, até então eu tirava a ostra e jogava a casca fora, a mesma coisa com o sururu, descartava suas cascas. E hoje, nós marisqueiras, já temos ideias do que podemos fazer com essas cascas, já não jogamos mais, porque tudo pode ser transformado em arte, tudo é arte”.