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Ação em alusão ao Dia Mundial sem Tabaco reúne pacientes que lutam para parar de fumar em São Cristóvão

Publicada em 07/06/24 às 07:15h - 25 visualizações

por São Cristóvão


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 (Foto: São Cristóvão)

Na última quarta-feira (05), a Unidade Básica de Saúde (UBS) Maria José Soares Figueiroa reuniu os pacientes que participam de seus grupos de cessação ao tabagismo para participarem de uma ação alusiva ao Dia Mundial sem Tabaco, celebrado no dia 31 de maio. O objetivo do evento foi incentivar os participantes com atividades para além das reuniões de rotina, com prática de atividades físicas, palestras educativas, compartilhamento de experiências e entrega de materiais informativos.

 

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São Cristóvão, através das Equipes de Saúde da Família, implantou os Grupos de Cessação ao Tabagismo nas UBS no início deste ano, organizando reuniões periódicas e acompanhamentos específicos em unidades das cinco macroáreas que abarcam o município. Esses grupos fazem parte do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, iniciativa do Ministério da Saúde abraçada pela Cidade Mãe para auxiliar a comunidade fumante a parar de fumar. 

 

 

Esses grupos são formados nas UBS Jairo Teixeira de Jesus, UBS Irônia Maria Aragão Prado Meireles, UBS Bruno Kaique de Souza Santos, UBS José Rodrigues Amado, UBS Mariano do Nascimento e UBS Maria José Soares Figueiroa, onde aconteceu o evento. A SMS também prevê a expansão do programa para novas unidades, que em breve contarão com a oferta de tratamento.

 

 

A coordenadora de Doenças Crônicas Não Transmissíveis da SMS, Rosely Mota, explica que os profissionais de saúde do município foram capacitados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e pelo Ministério da Saúde para entender como melhor abordar os pacientes, seguindo a Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) com embasamento científico para prescrever as medicações específicas para o controle do vício de cada paciente.

 

“Já tem um avanço absurdo, porque os pacientes não tinham nenhum ponto de referência no município para fazer o tratamento e agora já temos uma nova remessa de profissionais que estão fazendo a capacitação novamente com o INCA e o Ministério da Saúde, com o objetivo de ampliar ainda mais programa no município e facilitar o acesso de usuários a esse tratamento. Incluindo a equipe do COPEMCAN (Complexo Penitenciário Dr. Manoel Carvalho Neto - Presídio São Cristóvão), onde também há muitos usuários de tabagismo que vão ter acesso ao tratamento”, pontua a coordenadora.

 

Rosely Mota, coordenadora de Doenças Crônicas Não Transmissíveis da SMS

 

O esperado é que os usuários se mantenham no programa durante um ano. Para participar, os interessados podem procurar uma unidade de saúde para serem encaminhados ao grupo mais próximo. Os profissionais também realizam a busca ativa de pacientes fumantes que aceitem e desejem iniciar o processo de parada. Desde o ingresso ao programa, são construídas estratégias individuais para cada paciente, que se adequem ao vício de cada um, com a administração de medicamentos e o uso do adesivo de nicotina.

 

 

O médico responsável pelos grupos de cessação ao tabagismo na UBS Maria José Soares Figueiroa, Dr. Marcos Paulo, afirma que hoje a unidade conta com 22 pacientes cadastrados no programa ativamente e já existe lista de espera para a montagem do terceiro grupo. Desses participantes, alguns já pararam de fumar e outros reduziram significativamente o número de cigarros consumidos, caminhando para a cessação total com bastante esforço.

 

“Em 2008, infelizmente, perdi meu avô aos 73 anos. Ele começou a fumar aos oito anos de idade e, infelizmente, teve câncer de pulmão com metástase, que se espalhou para o cérebro. Nos últimos dias de vida dele, ele sofreu muito e pediu à minha mãe que parasse de fumar. Eu não fui fumante, mas minha mãe fumou durante a minha gestação. Tive complicações por isso e sempre estive em hospitais, sendo uma criança muito doente. Meu avô e minha avó fumavam e eu ainda tinha exposição ao fogão de lenha. Tenho vários motivos para estar contra o tabagismo. Pretendo atuar muito nas escolas, pois acredito que a prevenção é o melhor caminho. Parar de fumar é importantíssimo, mas prevenir é ainda melhor”, defende o médico.

 

Dr. Marcos Paulo, médico responsável pelos grupos de cessação ao tabagismo na UBS Maria José Soares Figueiroa

 

O caminho para cessar o fumo pode ter diversos obstáculos psicológicos e emocionais e, por isso, o acompanhamento com o psicólogo é fundamental para o sucesso do tratamento. O psicólogo que acompanha os participantes dos grupos na UBS Maria José Soares Figueiroa, José Passos, conta que seu trabalho é auxiliar os participantes a ressignificar vício através da terapia, buscando relaxamento, autocuidado e autocompaixão.

 

“Eu acredito muito nesse projeto, que tem dado resultados. Nós, da psicologia, estamos aqui para dar suporte a esses usuários e ajudar na sua reabilitação, e estamos vendo resultados. Temos atividades propostas pela equipe multidisciplinar, e é um grande desafio, mas estamos trabalhando em grupos com a psicoeducação. Cada um fala das suas limitações, mas também do que já alcançou. Isso vai passando de um para o outro, ajudando no processo de reabilitação desses usuários”, explica o psicólogo.

 

José Passos, psicólogo

 

As equipes de acompanhamento aos grupos de cessação do tabagismo dessa unidade são formadas pelo médico, equipe de enfermagem, agentes comunitários de saúde, psicólogos e profissional de educação física. Bárbara Pitanga, referência técnica em educação física no município, destaca que esses profissionais têm incentivado a prática de exercícios entre os usuários do programa:

 

“Sabemos que o ato de fumar prejudica bastante a parte pulmonar e cardiorrespiratória, e a atividade física ajuda a minimizar essas perdas na capacidade respiratória. Além disso, a atividade física também funciona como uma forma de melhorar a autoestima dos participantes. Eles ficam com a autoestima abalada, principalmente nos processos de desmame do fumo. Nesse contexto, a atividade física é trazida como uma estratégia importante”.

 

Bárbara Pitanga, referência técnica em educação física em São Cristóvão

 

Os grupos incluem a participação em reuniões semanais, que, à medida que o processo é fortalecido, passam a ser quinzenais, depois mensais, até a equipe avaliar a melhora dos pacientes para serem liberados do tratamento. Com o espaçamento das reuniões, as UBS abrem vagas para iniciar novos grupos. Além das reuniões, onde os usuários irão compartilhar o processo com outros pacientes e receber informações dos profissionais de saúde, os integrantes dos grupos também recebem terapias através de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, como ventosaterapia, auriculoterapia, massagens, entre outros. 

 

Os encontros, o acompanhamento e as terapias são fortemente potencializadas pelo acesso ao tratamento medicamentoso ofertado pelo SUS, que, para muitos pacientes, é o ponto mais importante para conseguirem deixar de fumar. Os participantes recebem terapia de reposição de nicotina, por meio do adesivo transdérmico e goma de mascar, e o cloridrato de bupropiona. 

 

Esses medicamentos têm um papel significativo para a eficácia da jornada de cessação do tabagismo, graças a redução dos sintomas da síndrome de abstinência à nicotina. O uso desses medicamentos, no entanto, não devem ser feitos isoladamente, pois sua efetividade se dá pela associação com uma boa abordagem, como a participação nos grupos, que é a única via de acesso ao tratamento medicamentoso.

 

 

O paciente William Santos é um dos exemplos de participantes que venceram o vício após o acompanhamento nos grupos de cessação ao tabagismo. Ele acreditava que o uso do cigarro combinado ao café tornavam seus turnos de vigilante noturno mais enérgicos, o que o fez desenvolver o vício. Graças ao acompanhamento da equipe de saúde, ele deixou o cigarro desde o quarto dia de uso dos medicamentos e adesivo e, segundo ele, com muito esforço tem enfrentado a abstinência.

 

“As fissuras ainda aparecem, mas, graças a Deus, conseguimos parar o máximo possível. Quando fiquei sabendo do programa aqui, eu tive muita vontade de participar. Já tinha tentado parar de fumar inúmeras vezes antes, de outras formas, e não tinha conseguido. Através desse programa, pude participar junto com o pessoal e consegui parar de fumar”, evidencia William.

 

William Santos, participante do grupo

 

Fumante por quase 50 anos, José Supriano da Silva fumou dos 17 aos 65, mas, ao participar do grupo e ser acompanhado pela equipe da UBS Maria José Soares Figueiroa, ele conseguiu pela primeira vez parar o uso do cigarro há três semanas. 

 

“Estou me controlando e, com esse remédio que estou tomando, eu estou ficando outra pessoa que eu não era. Porque as pernas tremiam, acordava era meia-noite e já ia fumar por associação, um cafézinho, dois, três cigarros. O médico me convidou, eu aceitei, e até agora estou há 21 dias sem cigarro. Não tenho nem lembranças de como era, só tenho a agradecer mesmo”, comemora José.

 

José Supriano da Silva, participante do grupo

 

 

Fotos: Dani Santos




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