Nos dias 03 e 04 de junho, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São Cristóvão promoveu uma capacitação sobre imunização voltada a todos os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) do município. As palestras aconteceram no SergipeTEC e no Paço Municipal, abarcando os profissionais do Grande Rosa Elze e Centro Histórico, e tiveram o objetivo de preparar os trabalhadores para o Dia D de vacinação contra a poliomielite, que acontecerá no próximo sábado (08), e alinhar as ações de busca ativa para garantir a cobertura vacinal esperada no município.
A formação foi ministrada por Ana Therezinha Marques, coordenadora de Imunização de São Cristóvão, que ressaltou a importância dos ACS no processo de imunização da população, pois, mesmo não aplicando as vacinas, são esses agentes que acompanham a situação vacinal das crianças e levam o acesso aos imunizantes para as suas casas, sendo a ponte direta entre os moradores e a Secretaria de Saúde.
“Nós estamos caminhando com a campanha de poliomielite e os ACS já participaram de várias campanhas anteriores e já sabem quem são as crianças dos territórios. Então, nós estamos especialmente contando com eles para essa campanha, para buscar todas crianças menores de cinco anos e levar até a unidade no dia a dia. Para recrutar essas crianças e atualizar a caderneta de vacinação ou administrar a dose extra”, explicou a coordenadora.
Ana Therezinha Marques, coordenadora de Imunização de São Cristóvão
Além do fortalecimento da busca ativa e da preparação para a campanha de pólio e outras vacinas, foi abordado o cuidado e os métodos corretos de utilizar o cadastro nos sistemas de informação, o que é essencial para o registro completo dos esquemas vacinais dos pacientes. O coordenador de Sistemas de Informação do SUS São Cristóvão, Antonio Valença, reforçou ser fundamental que todo profissional participe do processo, seja ele o agente que visita o cidadão, o gestor ou até o profissional que realmente faz o registro de dados no sistema de Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC).
“É importante que todos tenham ciência das fraquezas, das possíveis falhas que podem acontecer, e de como os processo de trabalho são feitos, para que assim a equipe possa colaborar e trazer um atendimento eficaz para população, bem como prestar suporte nos momentos que precisem de alguma informação e saber onde buscar informações que faltam para resolver esses problemas”, indicou o coordenador.
Antonio Valença, coordenador de Sistemas de Informação do SUS São Cristóvão
Valença ainda destacou que as recentes mudanças propostas pelo Governo Federal para a digitalização das informações do SUS demandam a atenção dos trabalhadores. O conhecimento deve incluir as informações necessárias para que a população saiba lidar com o Meu SUS Digital, um aplicativo essencial para todos terem instalados em seus dispositivos móveis, uma vez que o espaço apresenta todas as informações sobre as vacinas aplicadas, e, no futuro, esses dados serão administradas pelos profissionais das Unidades de Saúde para um atendimento mais eficaz no dia a dia.
Socorro Lobato, coordenadora de Educação Permanente em Saúde da SMS, enfatizou o papel fundamental dos Agentes Comunitários de Saúde na mobilização da população da Cidade Mãe para aderir às campanhas vacinais, uma vez que o trabalho desses profissionais conhecem toda a comunidade e dialogam com esses grupos para participar das campanhas e atualizar os cartões de vacinação.
“Um ponto muito importante nesse trabalho de reforço é a busca ativa das crianças que estão com as suas vacinas atrasadas. Os ACS farão a orientação para que essas crianças acionem as Unidades Básicas de Saúde e coloquem as vacinas em dia, resguardando a sua saúde. É um investimento da SMS de trazer essa formação e atingir o percentual de 95% de cobertura vacinal de todas as nossas crianças, adolescentes e adultos”, destacou.
Socorro Lobato, coordenadora de Educação Permanente em Saúde da SMS. Foto: Clara Dias.
O Agente Comunitário de Saúde Rooldney Araújo, que atua na equipe da UBS Bruno Kaique, foi um entre os vários profissionais que participaram da formação e, para ele, apesar de não ser muito falada por não aparecer em sua geração, o destaque para a vacina contra a poliomielite é essencial para garantir o desenvolvimento de uma geração saudável.
“Apenas uma gota pode reduzir riscos e salvar as pessoas de diversos problemas na vida. Então, essas informações que são transmitidas para nós aqui são fundamentais para que possamos compartilhar com a comunidade, mostrando a importância e a necessidade da vacinação. Assim, podemos colaborar com as metas e os objetivos para a imunização do território”, evidenciou.
Dia D de vacinação contra a Poliomielite
No próximo sábado (8), São Cristóvão realizará o Dia D de imunização contra a poliomielite, unindo forças com todo o país para manter o território nacional livre da doença. A ação acontecerá das 8h às 16h, nas Unidades Básicas de Saúde do grande Rosa Elze e do Centro Histórico da Cidade Mãe. O público alvo da vacinação contra a pólio são crianças com até 5 anos (ou seja, 4 anos, 11 meses e 29 dias), mas, além da vacina da gotinha, a população poderá se vacinar com qualquer outro imunizante de rotina que precisar ser atualizado.
A campanha de vacinação contra poliomielite, também conhecida como pólio ou paralisia infantil, será promovida nacionalmente até o dia 14 de junho, em todas as Unidades Básicas de Saúde do município, de segunda a sexta-feira. A meta é vacinar 95% do público alvo, com a expectativa de reduzir o número de crianças não vacinadas e o risco de reintrodução do poliovírus no Brasil, reforçando medidas para erradicar a doença.
A poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus. Sua transmissão se dá pelo contato direto com fezes ou secreções de pessoas infectadas e pode acometer crianças e adultos. Em casos graves, a doença pode levar à paralisia dos membros inferiores. A vacina é a única forma de prevenção da poliomielite e é necessário que todas as crianças da idade indicada sejam imunizadas.
Além da segurança necessária para a saúde da população, a campanha deste ano é marcada pela transição de tipos de vacina, uma vez que o país começará a substituir as duas doses da vacina oral poliomielite (VOP) para apenas um reforço com a vacina inativada poliomielite (VIP), que é intramuscular e injetável.
O Brasil foi considerado área livre de circulação do vírus em 1994, mas desde 2016 tem apresentado resultados abaixo da meta. Por isso, em 2023 o país foi classificado como uma área de alto risco para a reintrodução do poliovírus pela Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas (RCC). Portanto, é essencial que os responsáveis levem suas crianças à UBS mais próxima para garantir a imunização.
Fotos: Heitor Xavier